terça-feira, 10 de março de 2009

O JUIZ RETO

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendigo.
- Este homem - clamou o comerciante, furioso - impingiu-me um logro de vastas proporções! Vendeu-me um colar de pérolas falsas, por cinco peças de ouro, asseverando que valiam cinco mil. Comprei as jóias, crendo haver realizado excelente negócio, descobrindo, afinal, que a preço delas é inferior a dois ovos cozidos. Reclamei diretamente contra a mistificador, mas este vagabundo já me gastou o rico dinheiro. Exijo para ele as penas da justiça! É ladrão reles e condenável!...
O magistrado, porém, que cultuava a Justiça Suprema, recomendou que o acusado se pronunciasse por sua vez:
- Grande juiz - disse ele, timidamente -, reconheço haver transgredido os regulamentos que nos regem. Entretanto, tenho meus dois filhos estirados na cama e debalde procuro trabalho digno, pois mo recusam sempre, a pretexto de minha idade e de minha pobre apresentação. Realmente, enganei o meu próximo e sou criminoso, mas prometo resgatar meu débito logo que puder.
O juiz meditou longamente e sentenciou:
- Para Zorobabel, o mendigo, cinco bastonadas entre quatro paredes, a fim de que aprenda a sofrer honestamente, sem assalto à bolsa dos semelhantes, e, para Jonatan, a mercador, vinte bastonadas, na praça pública, de modo a não mais abusar dos humildes.
O negociante protestou, revoltado:
- Que ouço?! Sou vítima de um ladrão e devo pagar por faltas que não cometi? Iniqüidade! iniqüidade!...
O magistrado, todavia, bateu forte com um martelo sobre a mesa, chamando a atenção dos presentes, e esclareceu, em voz alta:
- Jonatan ben Cafar, a justiça verdadeira não reside na Terra para examinar as aparências. Zorobabel, o vagabundo, chefe de uma família infeliz, furtou-te cinco peças de ouro, no propósito de socorrer as filhos desventurados, porém, tu, por tua vez, tentaste roubar dele, valendo-te do infortúnio que a persegue, apoderando-te de um objeto que acreditaste valer cinco mil peças de ouro ao preço irrisório de cinco. Quem é mas nocivo a sociedade, perante Deus: o mísero esfomeado que rouba um pão, a fim de matar a fome dos filhos, ou a homem já atendido pela Bondade do Eterno, com os dons da fortuna e da habilidade, que absorve para si urna padaria inteira, a fim de abusar, calculadamente, da alheia indigência? Quem furta por necessidade pode ser um louco, mas quem acumula riquezas, indefinidamente, sem movimentá-las no trabalho construtivo ou na prática do bem, com absoluta despreocupação pelas angústias dos pobres, muita vez passará por inteligente e sagaz, aos olhos daqueles que, no mundo, adormeceram no egoísmo e na ambição desmedida, mas é malfeitor diante do Todo-Poderoso que nos julgará a todos, no momento oportuno.
E, sob a vigilância de guardas robustos, Zorobabel tomou cinco bastonadas em sala de portas lacradas, para aprender a sofrer sem roubar, e Jonatan apanhou vinte, na via pública, de modo a não mais explorar, sem escrúpulos, a miséria, a simplicidade e a confiança do povo.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Alvorada Cristã. Ditado pelo Espírito Neio Lúcio. 11 edição. FEB. 1996.

COMO DEVEMOS AGIR QUANTO POLÍTICOS? E COMO SERES HUMANOS? SERÁ QUE NADA NOS SERÁ COBRADO? E NOSSOS EXEMPLOS? NÃO SOMOS EXEMPLOS PARA NINGUEM?
"A corrupção na administração pública agora é organizada, quase partidarizada. Uma barbaridade inaceitável."(Mário Covas)
"A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios."( Barão de Montesquieu)
Onde estão os defensores de nossa cidade?
Onde foi colocada a moral?

Hoje podem receber privilégios, mas será que é o bastante........


"A corrupção não deixa provas, mas nem sempre desfaz rastros e evidências."(B. Calheiros Bomfim)

segunda-feira, 9 de março de 2009

"A integridade é o primeiro passo para a verdadeira grandeza. Os homens adoram elogiá-la, mas são lentos em praticá-la. Mantê-la em alta posição custa a abnegação; em todos os lugares ela é propensa a oposições, mas seu fim é glorioso, e o universo ainda lhe renderá homenagem."(Charles Simmons)
"Tudo vai melhorar quando a maioria das pessoas de bem forem mais ousadas que as canalhas."( Arnaldo Jabor)
"A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna." (Rui Barbosa)
"A grande força da democracia é confessar-se falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem em perfeitos e oniscientes para que sejam irresponsáveis e onipotentes."(Ulysses Guimarães)
"Quantos são necessários para metamorfosear crueldade em moralidade? Um homem não deve matar. Se ele mata, isto é assassinato. Mas um estado ou nação pode matar quantos deseje, e isso não é assassinato. É justo, necessário, recomendável, e correto. Apenas consiga pessoas suficientes para concordar com isso, e o massacre de miríades de seres humanos torna-se perfeitamente inocente. Mas quantos são necessários"(Adin Ballou)
"Não podemos buscar realização para nós mesmos e esquecer do progresso e prosperidade para nossa comunidade. Nossas ambições precisam ser amplas o suficiente para incluir as aspirações e necessidades dos outros, pelo bem deles e pelo nosso próprio."(Cesar Chavez)
"As melhores coisas e as melhores pessoas nascem da diferença. Sou contra uma sociedade homogênea porque eu quero que a nata se eleve."Frase de Robert Frost

segunda-feira, 2 de março de 2009

O ADVOGADO DA CRUZ

No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos.
Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.
Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.
Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.
Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.
Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância?
A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Emmanuel.